Diálogos Contemporâneos: crises atuais, aumento da pobreza e da fome

Por Miriam Barcellos

 

Nada é tão oportuno e urgente como dialogar sobre os temas que ainda afligem uma grande parte da população brasileira. 

Assim, o SEMESP - reúne mantenedoras e instituições no Brasil, responsáveis por estabelecimentos de ensino superior, entre Centros de Educação Tecnológica, Centros Universitários, Faculdades e Universidades - promoveu dia 21/09 Diálogos Contemporâneos: crises econômicas, aumento da pobreza e da fome, um encontro com objetivo de engajar e desenvolver a responsabilidade social. É uma forma, também, de fortalecer vínculos entre o mundo acadêmico com a sociedade.

A inspiração para esta edição de Diálogos foi o filme “Francesco”, onde o Papa afirma que a crise não é só econômica e financeira, mas ecológica, moral e humanitária. 

Com esse pano de fundo os participantes iniciaram suas apresentações:

O primeiro foi Dario Neto, diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente, que evocou a origem do movimento: o livro “empresas humanizadas”. E o que estas possuem em comum? Um propósito claro, 'cuidado' em toda cadeia de valor, e uma liderança interligada a todos, a  co-responsabilidade. São organizações que ‘curam’! 

Reafirmou que políticas públicas isoladas não vão resolver nosso problema, e daí a explosão das ESG - da sigla em inglês, meio ambiente, social e governança - movimento das organizações que, impelidas, inclusive pelos consumidores, ampliam sua atuação para além dos muros do modelo convencional.  

Enfatizou o papel das ONG’s, de lideranças jovens - apesar do envelhecimento da nossa população - necessárias para “virar o jogo”, em um país em que quase metade das pessoas vivem em insegurança, em suas variadas formas. 

Em seguida foi a apresentação de Alcione Albanesi, presidente da Instituição Amigos do Bem, que no  Natal de 1993 empreendeu uma viagem com amigos ao Nordeste levando 1500 cestas básicas. E daí, nunca mais parou com sua campanha de alimentos para o Nordeste: ela afirma que indignação tem que vir com ação

Em uma região, com IDH - Índice de Desenvolvimento Humanos - dos mais baixos do mundo, num país onde 55 milhões de pessoas do país vivem abaixo da linha da pobreza, sabe-se que 27 milhões estão localizados no sertão nordestino. Hoje, a Instituição atinge mais de 100.000 pessoas em mais de 300 povoados. Alcione conta que construiu fábricas de beneficiamento de caju, montou oficinas de costura, contribuiu na construção de casas e fornecimento de atendimento médico com o apoio de incontáveis voluntários.  

O terceiro painelista foi Samuel Pessoa, pesquisador do IBRE - Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas).  

Samuel enumerou as várias crises econômicas mundiais que trazem a carestia e o espectro da fome que vivemos. Não é somente o vírus, como agente externo, que afetou o Brasil, hoje: o país sofreu os efeitos de crises significativas como a dos anos 2000 e a de 2008 que produziram uma perda permanente na economia, cuja recuperação é lenta e heterogênea.  

Discorreu sobre os vários choques provocados por esta atual crise sanitária: as longas quarentenas, a mudança de hábitos ( comer em casa, reformas por conta do home office), a falta de matérias-primas, as condições climáticas, déficit fiscal estrutural... Fez uma retrospectiva como uma verdadeira aula de economia.

Como consideração final dos três participantes: a necessidade de maior engajamento social, maior eficiência e produtividade sistêmica, e o que foi unanimidade entre eles, a educação de qualidade, notadamente a de base, a do ensino fundamental.

Alcione brincou dizendo que parece que os jovens já nascem com chip de responsabilidade instalado. E todos concordaram que a transformação é individual, começa dentro da pessoa. Daí a necessidade de uma educação de base, essencialmente no 1º ano de vida, a partir da promoção de um ambiente doméstico acolhedor

Foi uma conversa de bem mais de uma hora, mas é necessário deixar a síntese registrada neste espaço.  

O ENIAC, participante do SEMESP, está unido a essa campanha, com ações contra a fome e a miséria, por meio do GentEniac Viraliza o Bem: a comunidade acadêmica recolhe e faz doações de cestas básicas para as populações da comunidade da região de Guarulhos e da Grande S. Paulo. Para estabelecer esse vínculo as parcerias com a Ong “Olhar de Bia” e mais de 100 instituições dos “Conectados do 3º setor” são fundamentais para a atuação social do Eniac.

Para quem não conseguiu assistir ao painel na semana passada, segue link da íntegra. Super recomendo: https://www.youtube.com/watch?v=JOQBvntqek0

#orgulhodesereniac

Tags: Institucional, CITIG, Social, Blog Eniac

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