Você conhece as várias gerações com quem convivemos?

Por Miriam Barcellos

Sabemos que existem grandes diferenças entre adultos, velhos, adolescentes e crianças: manifestam-se na forma de pensar, nos comportamentos, na linguagem, etc.

O que pode, talvez, facilitar maior compreensão entre desigualdades de faixas etárias sejam estudos que vários especialistas têm realizado a esse respeito, embora não haja consenso estrito sobre a divisão.

Gerações assumem significado especial porque seus membros ‘tendem’ a experimentar mesmos eventos e transições, como marcos de determinados momentos históricos.  Divisão geracional torna-se mais aceita, do que outras classificações comumente usadas.

Para se ter uma ideia geral das designações, das mais antigas até as recentes:

Geração Perdida - nascidos entre 1883-1900, cresceram vivendo os loucos anos 20, sucedida pela Geração  Grandiosa, vivida na I Grande Guerra, seguida pela  Geração Silenciosa, que viveu a Grande Depressão e II Grande Guerra. 

Em seguida, Baby Boomers, (45-64) nascidos após II Guerra, quando houve explosão de nascimentos.

Geração X: nascidos entre 1960 e 1980 (atualmente com 40 a 60 anos).

Geração Y (millennials): nascidos entre 1980 e 1995 (atualmente com 25 a 40 anos).

Geração Z: nascidos entre 1995 e 2010 (atualmente com 10 a 25 anos).

Geração Alpha: nascidos a partir de 2010 (atualmente com até 10 anos)

Sabe o que me atraiu nas divisões geracionais? Em matéria sobre aumento de empreendedores nos últimos anos -  especificamente em 2020 - foi possível observar  que mais da metade dos empreendedores estão na faixa dos 25 aos 44 anos, exatamente o intervalo  compreendido pelos millennials. É evidente que a pandemia obrigou a maioria das pessoas a se “reinventarem” ( termo que até já provoca certa aversão, principalmente pela banalização com  que é mencionado) por conta das dificuldades que vêm enfrentando. 

Empreendedorismo e gerações -Segundo pesquisa do Sebrae, em abril de 2020 o País atingiu a marca de 10 milhões de microempreendedores individuais (MEIs), parcela que corresponde a quase 30% do PIB -  Produto Interno Bruto brasileiro! O Brasil possui mais de 50 milhões de pessoas que possuem o próprio negócio, entre MEIs e MEs. Como um dos resultados da pandemia, acredita-se que em 2020, o grupo dos empreendedores iniciais cresceu e atingiu novo recorde histórico, com uma proporção de 25% do total da população adulta. Este número foi puxado pelas mulheres e pelas pessoas negras, em geral os grupos que mais costumam ser afetados pelo crescimento do desemprego, comentou o presidente da instituição. 

Quem são eles?

Millennials são essencialmente urbanos, independentes, muito ligados em tecnologia, cresceram num ambiente de facilidade material, e com pouco ou sem necessidade de esforço físico. Conhecem a brevidade e baixa durabilidade de produtos, têm intimidade com internet e valorizam mais experiência e pesquisa pessoal à informação de professores e/ou mesmo de literatura especializada.

Estes empreendedores são, na sua maioria, filhos dos baby boomers, (nascidos pós-2a guerra), receberam uma educação aberta com mais privilégios do que os pais, ideais ligados ao meio ambiente e conceitos inovadores com relação à família. Remuneração conta menos que o prazer de realizar aspirações, que podem ser, inclusive, como idealizam a vocação profissional. 

Se millennials já eram entrosados com tecnologia, a geração Z possui senso mais apurado ainda. Então, por exemplo, as novas metodologias ligadas à educação - onde o estudante é protagonista do próprio aprendizado e professor é o guia - faz todo sentido. Os alunos têm total facilidade com inovações digitais e são dotados de autonomia, naturalmente. É como se fizesse parte das características genéticas, se é que se pode falar assim.

Escutei uma pessoa tecendo opinião sobre jovens de nossos dias:

 “ desejam o sucesso rapidamente, e acham que tudo cai do céu para todos. Querem passar por cima de esforço, empenho e dedicação”. Será certa a afirmação? junto "escutei" um julgamento, uma crítica

Cabe distinguir que características geracionais são como que  impregnadas no DNA, são inerentes, não há escolha possível. Cada conjunto nas cores geográficas, culturais, familiares, etc, constitui  marca indelével. O aprendizado é interagir como são, e não como “gostaríamos” que fossem. Guiados, também, por padrões herdados, por vezes, ficamos “surdos” para interações autênticas, sem interferências.

A geração Z, trouxe ainda: a questão de gênero, responsabilidade social, ansiedade extrema, menos relações sociais, desapego de fronteiras geográficas - mobilidade digital - e necessidade de exposição da própria opinião. Esta geração Z está mais interessada em contribuir para uma “causa” do que encontrar trabalho com passos já conhecidos. 

Conforme escutei de um empresário “chegam para o programa de trainee querendo estabelecer o que irão vivenciar e não o que a empresa tem a oferecer”. 

Tais dados são importantes para recrutadores, gestores e educadores para ter conhecimento de colaboradores, como forma de minimizar a evasão e de propiciar ambiente atrativo, instigante e motivador.

Nossas crianças

Geração alpha, nascidos após 2010, a maioria conhece o mundo só conectado a telas e aparatos tecnológicos. Tal como a geração Z, só concebem pessoas ligadas a redes sociais, praticamente como única interlocução existente. Especialistas citam a necessidade de estabelecer  frequentes diálogos com eles, apresentar alternativas, valorizar o que gostam de fazer e estar em constante comunicação.

 É bom lembrar que dados geracionais não são estanques, nem constituem regras fixas. São mais tendências, servem como guias para facilitar interações, atualmente, tão complexas e com tantos meandros e interferências.

 

Tags: Faculdade, Educação, Ensino Médio, Ensino Médio Técnico, Saúde

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